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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

4º DESAFIO DO PROFESSOR EM SALA DE AULA: O PROFESSOR PRECISA IR ALÉM DE SALA DE AULA.


Chegamos ao quarto desafio do professor em sala de aula, e nesta etapa vamos falar sobre a necessidade do professor ir além dela. O relacionamento com os alunos não pode mais ficar restrito em apenas, um bom dia, ou uma boa tarde, ou boa noite. Não é apenas ficar na fase de eu escrevo, explico e pergunto: Entenderam, ou há alguma dúvida? 

“Tolice é fazer sempre do mesmo jeito, e 
esperar resultados diferentes” 
Albert Einstein 
Os tempos mudaram, as famílias não são mais como as de 20 anos atrás, e os alunos? Mudaram e muito, a realidade social de muitos também sofreram grandes alterações, e o que se vê hoje em dia são salas de aulas muito diversificadas, e a estrutura educacional não acompanhou como devia estas mudanças.
Lendo recentemente artigos a este respeito, um artigo que chamou muito atenção foi o artigo da Gazeta do Povo, escrito por Anna Simas que aborda a formação precária da pedagogia, que não ensina a realidade de sala de aula, como a violência, a falta de interesse, a indisciplina, as dificuldades de aprendizagem, pois a família não consegue mais desempenhar o papel da introdução da alfabetização dos filhos e somar no processo como deveria, entre outros vários problemas que se enfrenta na sala de aula.


Hoje ainda, a formação é muito teórica e pouco prática, muitos alunos não conseguem ver a relação com seu dia a dia, e perdem o total interesse nos conteúdos, na escola, e muitos professores não conseguem tirar eles da inércia que se encontram. É preciso que direção escolar, professores, pais e poder público, juntos, somem forças e criem caminhos para amenizar este grave problema na educação.
O que fazer? Como levar a educação nos dias de hoje a um novo patamar, trazendo assim famílias de alunos para um desempenho melhor na educação? Já discutimos em artigos anteriores, um pouco disso e aqui, fica evidente que o principal agente transformador será o professor. Se esperarmos por outras ações, tais transformações podem demorar anos, e os professores tem um poder incrível nas mãos.
Olhe a postura ideal do professor na visão de Mário Sergio Cortella neste vídeo:
Howard Hendricks, em seu livro Ensinando para Transformar vidas diz: “Nossa tarefa não é causar uma boa impressão naqueles a quem ensinamos, mas provocar neles um impacto. Não apenas convencê-los, mas leva-los a uma transformação de vida.” Já li este livro sete vezes, sou fã incondicional, pois ele transmite o papel que somente o professor pode alcançar, e isso de forma mágica, pois está mais próximo do aluno do que qualquer outro poderia estar, mais próximo até mesmo de muitos pais. Ele começa dizendo que o professor precisa dominar muito o assunto que está ensinando, pois um domínio fraco traz um ensino deficiente, (Hendricks, 1991).
Hendricks cita em seu livro uma frase que gosto muito. “A verdadeira função do professor é criar condições para que o aluno aprenda sozinho...” John Milton Gregory. Este assunto é tema de um artigo futuro, mas veja como o professor precisa estar atento ao seu papel fundamental na vida de seus alunos. É muita responsabilidade que pesa sobre nós professores.

No capitulo quatro do livro de Hendricks, ele fala sobre a lei da comunicação, e usa uma colocação que me deixa assim extasiado, ele fala que o professor tem como tarefa despertar e estimular a mente do aluno, e que o verdadeiro professor revolve a terra e planta a semente, (Hendricks, 1991).

Chamo atenção aqui para o desafio do professor, que é ir além da sala de aula. Para isso conto o meu próprio exemplo. Quase todo aluno que tem o primeiro contato comigo sofre um grande impacto. É muito difícil no ensino público principalmente, dar continuidade às turmas ao longo da carreira estudantil, o que poderia facilmente ser resolvido se houvesse uma força tarefa entre direção da escola, secretarias estaduais e municipais, mas não acontece. Chego em sala e já anuncio o meu planejamento, o primeiro são os grupos nas redes sociais, os mais famosos hoje em dia são o facebook e o watsApp, cada sala minha tem um grupo nesses canais, vejo como fundamental importância tal contato, pois lá postos informes, datas de atividades, solicito páginas de leituras, e recados em geral.

Tenho também um canal no youtube e postos resumos das aulas de matemáticas e vídeos motivacionais. Possuo também um blog e nele escrevo sempre sobre assuntos que envolve a educação e a empreendedorismo que é minha outra atividade, peço diversas leituras para que possam redigir a respeito delas ou usar como fonte de informação para redações que peço ao longo do ano letivo. Sim já me perguntaram isso, você não é professor de matemática, o que tem haver fazer redações em suas aulas? 


Ao relacionar com o aluno além da sala de aula, muita coisa melhora. O relacionamento é melhor, o respeito é melhor, o tempo todo chamamos a atenção do aluno para a realidade. Quantas vezes no fim de semana lanço em algum dos canais citados uma novidade e peço para que confiram. A princípio ouço muita coisa: a que chato professor, dá um tempo professor, é feriado professor, mas fico satisfeito com os resultados alcançados e vejo muitos alunos indo além do tradicional, além da normalidade e diversos alunos alcançam resultados.

A grande questão é que muitos dos professores não querem sair da zona de conforto que estão. Reclamam demais da realidade dos alunos, mas temem diversificar os métodos de ensino, pois o desafia a fazer o mesmo que ele quer de seus alunos. Muitos professores temem o questionamento dos alunos. Com o advento da tecnologia tudo ficou mais accessível, e o aluno percebe quando um professor não domina tanto a sala, como também, não domina o conteúdo, e então os deixa inseguros e os mesmos deixam de respeitar o professor como devia. 

Em 2013 tive uma experiência com uma turma de 7 ano do ensino fundamental. O nome da sala era violeta, mas seu apelido era violenta, pois havia muitos alunos com problemas sérios de indisciplina, dificuldades de aprendizado e falta de interesse, que é muito comum nos dias de hoje, quando se trata de escola pública de periferia, em que seus alunos vão na escola praticamente obrigados pelos pais.

Logo de cara percebi que aula expositiva, sequência do livro e atividades costumeiras não funcionariam, então pedi para a direção da escola uma flexibilidade em um projeto que poderia desenvolver, e logo após apresentar para a coordenação pedagógica me liberaram já que outras ações haviam falhado.

Aplicamos um diagnóstico na sala, e mapeamos os alunos, dividindo-a em dois grupos diferentes, começamos a fazer aulas ao ar livre envolvendo matemática, como fotografar objetos e compará-los às figuras geométricas existentes, levamos também os alunos ao parque ecológico da cidade, e nas quadras trabalhamos frações e porcentagens lançando bola ao sexto, e tiros ao gol. Uma outra aula diferente foi levar os alunos ao auditório, e os mesmos foram divididos em 4 grupos, lá sorteamos quatro filmes infanto-juvenis e eles escolheram uma cena e apresentaram para os colegas. O objetivo era mudar a forma tradicional de ensino e mesclar com atividades que atraem atenção dos alunos, os resultados foram incríveis, da pior sala da escola se tornaram uma das melhores e a turma teve o melhor crescimento no aproveitamento e nas notas de todas as matérias. Até hoje encontro com alunos que me reconhecem e me cumprimentam pelos momentos de diversão e aprendizado. 

É preciso ir além da sala de aula, e cada professor precisa ter a sensibilidade de saber qual melhor método de aula com sua turma. Descobrindo isto tudo fica muito mais fácil, e o relacionamento marca a vida de muitas pessoas.  Inove, Transforme, Faça diferente o que você sabe que precisa ser feito.

EDUARDO CAROLINO
Professor, consultor e palestrante 
Em Educação e Gestão.



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